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quinta-feira, 3 de julho de 2014

VERTIGO ESPECIAL: ATIRE


Uma coleção com ótimas histórias produzidas pelos maiores autores de quadrinhos adultos dos EUA. Leia minha resenha crítica aqui: 

VERTIGO ESPECIAL

Prometido para o final do ano passado, a revista VERTIGO ESPECIAL chegou às bancas no começo do mês de junho, sem uma explicação satisfatória sobre o motivo do atraso. Mas a espera valeu a pena, pois esta é uma das melhores edições da revista já lançadas no Brasil.
A edição, um verdadeiro almanaque, contém três edições originais americanas: VERTIGO RESSUCITADA: ATIRE E OUTRAS HISTÓRIAS, MATE SEU NAMORADO, e ESTRANHAS AVENTURAS. Por isso mesmo, é difícil desassociar as edições, e avaliá-la como um único especial. Mas uma coisa pode ser dita sobre o “volumão”: alguns autores parecem se sair melhor quando fazem hq’s curtas e fora de cronologias, do que quando estão responsáveis por longas séries.

VERTIGO RESSUCITADA.
Lançada nos EUA no final de 2010, “Vertigo Resurrected” é pra ser uma série de publicações com hq’s que, por um motivo ou outro, não foram aprovadas para publicação, mesmo estando já em estágio avançado de produção. A HQ que abre a revista, “Atire”, estrelada por John Constantine, é de 1999, época em que a revista Hellblazer era escrita por Warren Ellis. Em uma fase elogiadíssima pelos fãs, ele resolveu contar uma história sobre adolescentes que vão pra escola armados, e matam colegas. Pouco antes da revista ir pra gráfica, aconteceu o “Massacre de Columbine” nos EUA, que tomou os noticiários do mundo todo com um acontecimento idêntico, e por isso, a revista foi proibida. Ellis resolveu deixar a revista depois disso,e a HQ se perderia pra sempre... Se não fosse a internet, onde ela pôde ser lida por qualquer fã de Hellblazer que a procurasse. E agora, anos depois, a história foi colorizada, e publicada. Junto à ela, várias outras hq’s, a maioria bastante curta, de grandes autores, mas que já foram publicadas antes, apesar de difíceis de serem encontradas.
A qualidade é irregular, mas elas mostram como os autores são mais criativos quando estão mais “soltos” para fazer o que quiserem. Mesmo assim, há alguns casos que chamam bastante atenção pelos seus temas. Como por exemplo, Grant Morrison, com uma história onde brinquedos são usados para mostrar um paralelo de como a sociedade é controlada sem saber que o estão; e Garth Ennis, falando sobre experiências com soldados. Mas, como toda coletânea, claro que o resultado final varia bastante. Em meio a essas ótimas hq’s, há algumas que parecem que estão ali por engano. Foram publicadas pelo nome do autor, não pela qualidade (como uma do Brian Azzarello, por exemplo). Uma do Brian Bolland, interessantíssima por sinal, acaba como se na verdade fosse uma história longa que não foi terminada.

MATE SEU NAMORADO
Eu já havia lido essa história quando da sua primeira publicação no Brasil, em 1999, quando ela foi publicada com o nome “Como Matar Seu Namorado”. Na época, odiei. Achei uma história gratuita, e que tentava mostrar violência apenas por mostrar, pra parecer uma hq adulta. A nova foi alardeada com tendo uma nova tradução. Será que isso faz muita diferença neste caso? Afinal, agora, gostei da HQ. Bem,também tem os anos entre as leituras, onde eu adquiri nova bagagem cultural...
A HQ mostra uma adolescente inconformada com a vida de classe média sem grandes perspectivas senão repetir uma espécie de “Darwinismo Social” de sempre. Tudo em sua vida é bem comum, monótono. Um dia, passa a notar um rapaz que é um rebelde incurável. Ela fica impressionada, e os dois começam a sair juntos, e ele a torna uma rebelde com ele.
Ele a ensina a beber, fumar, praticar sexo das mais variadas formas, viver como em uma mistura de “Carpe Dien” com “Laranja Mecânica”. Pra começar a vida nova, é preciso matar o namorado dela, e após isso, eles saem pelo país, roubando, vandalizando, mas tudo com um certo  “glamour”, como se fossem artistas em busca de novas experiências.
Quem conhece as obras malucas do Morrison pode notar que o tema principal é quase o mesmo de “Os Invisíveis”, mas tratado aqui de forma diferente. Mais “realista”, se isso for possível. Mas o resultado final é quase como se essa HQ fosse um libelo sobre a condição do adolescente na sociedade. Os jovens da trama não tem controle sobre seus atos, como na vida real, mas aqui, eles levam seus impulsos a níveis extremos. A conclusão é quase como se o autor estivesse dizendo “com uma sociedade assim, é impressionante como não há mais jovens saindo por aí cometendo os mesmos atos criminosos que os personagens desta HQ.”
Mas o mais interessante dessa história é que a personagem principal está sempre conversando com o leitor, em um perfeito exercício de quebra da “quarta parede”, já bem usado no cinema e teatro, mas raramente em HQ’s.

ESTRANHAS AVENTURAS
Uma coletânea de HQ’s curtas de Ficção Científica, é disso que se trata esta última revista que fecha a edição especial da Vertigo. Eu adoro hq’s curtas, e de Ficção Científica, então... Mas pena que este é um gênero pouco explorado nas hq’s. E principalmente nas hq’s dos EUA. Na Europa, isso é bastante comum.
As hq’s dessa edição não apresentam muita originalidade, é verdade. Os temas são os mesmos que qualquer fã do gênero já conhece de inúmeros filmes e séries, como realidade virtual, sociedades que vivem separadas pela classe social, sob um estado policial, etc. Mas apesar disso, as histórias são muito bem feitas.  E a maioria são de autores que não são muito vistos nas páginas e na mídia especializada. Se não forem autores novos, são, ao menos, autores que não trabalham muito para o Selo. Ao menos, a maioria eu nunca ouvi falar.
Novamente, essas histórias me evocam o que eu disse no começo do texto, que alguns autores parecem trabalhar melhor em hq’s curtas do que em grandes sagas. Nem todos eles parecem que não tem muita capacidade de fazer ótimas hq’s em poucas páginas, e algumas histórias parecem mais como prólogos de histórias maiores, devido a forma como a subtrama é apresentada dentro do contexto das mesmas.
Eu destaco as minhas favoritas: “O PROMETEU PÓS-MODERNO”, talvez uma das mais humanas de toda a revista, além da excelente condução da trama,cheia de reviravoltas e mudanças climáticas, e ULTRA, O MULTIALIEN, esta escrita e desenhada por Jeff Lemire, e talvez a mais depressiva história da edição.
É uma pena que Ficção Científica não seja um gênero mais explorado nas hq’s americanas. Seria uma boa se a Vertigo começasse a produzir mais histórias assim. Se bem que ás vezes me parece que os leitores veem o selo Vertigo apenas como “contos de fadas pra adultos”, e “derivados de Sandman.” Uma pena, pois essa revista mostra que há potencial melhor em buscar novos rumos do que ficar no mesmo estilo...

Conclusão: Esta edição especial pode não ser atrativa para o leitor comum,que costuma comprar apenas o que ele já conhece pra manter a coleção. Mas se alguém resolver arriscar conhecer algo diferente, vai ter uma ótima surpresa.



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