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domingo, 31 de agosto de 2014

VERTIGO, O FIM DA REVISTA


Lei aqui meu texto sobre o fim da revista VERTIGO, uma revista que vai deixar saudades, apesar de seus títulos continuarem firmes e fortes pela Panini.


O FIM DA VERTIGO
O texto dessa semana é um pouco diferente dos habituais que escrevo. Vou comentar o “fim de uma era”, o cancelamento da revista VERTIGO, da Panini Comics. A revista está com sua última edição chegando às bancas, a de nº 51. Foram quase 5 anos de publicação ininterrupta (salvo algumas ocasiões em que a revista atrasou), que ajudaram a editora a consolidar o selo Vertigo no país. Um selo que sempre enfrentou problemas editoriais, cancelamentos, séries sem o final publicadas, entre outros problemas. Mas parece que, com a Panini, o selo está em um bom caminho.
Digo “está” ao invés de “estava”, pois o cancelamento da revista, ao contrário de editoras anteriores, não significa o fim das publicações do selo. A Panini já prometeu que vai continuar publicando as várias séries, novas e clássicas, na forma de encadernados, sejam para bancas, sejam para livrarias. Formato esse que agradou a maioria dos leitores, por sinal.
Nesses quase cinco anos de publicação,a revista tinha como propósito ser a porta de entrada do leitor desse universo. Infelizmente, ela nunca foi uma unanimidade. Várias das séries que foram publicadas não agradavam à todos os leitores, o que é normal, e as sereis publicadas em forma de encadernados eram sempre elogiadas, pois o leitor compra apenas o que ele quer ler, e não precisava gastar com outras séries que nem sempre o interessavam. Eu mesmo, confesso, sempre odiei “Vikings”, e “Casa dos Mistérios”. Eu só comprei todas as edições pra manter minha coleção de “Hellblazer”, e de “Escalpo”.
ESCALPO foi a série que mais me agradou de todas as publicadas. Uma história densa e cativante, com personagens mais realistas, mesmo para o habitual do selo, e narradas de forma perfeita por Jason Aaron, que sem pré surpreendia a cada edição. Pode-se dizer que foi o “Breaking Bad dos quadrinhos”. A saga de Dashiel Cavalo Ruim como agente do FBI para incriminar Lincoln Corvo Vermelho, o chefão do crime da tribo indígena, sempre como reviravoltas nas vidas dos personagens envolvidos, fazia com que o leitor não pudesse imaginar o que viria em seguida.
HELLBLAZER, apesar de ser meu personagem favorito, não estava em uma fase tão boa, apesar de muitos outros leitores gostarem. Primeiro com Mike Carey, que o fez quase um “Harry Potter adulto”, além de usar ideias já usadas por outros autores do personagem. Ao fim de sua passagem, a editora adiantou para a última fase, do Peter Millighan, que, embora tenha “rejuvenescido” Constantine, não teve, até o momento, grande brilho como escritor.
Entre as séries fracas (em minha opinião), eu destaco VIKINGS, que apelava para os clichês do gênero ( clichês esses que muitos fãs gostam, e elogiam, mas...). Foi a primeira série a ser retirada da revista, devido à polêmica que dividiu os leitores entre fãs e “haters”. Eu, particularmente, estava entre esses últimos. Além dos clichês, era muito chato ver personagens daquela época falando como se vivessem nos dias atuais. Em uma das histórias, por exemplo, um personagem fala sobre “ser um guerreiro até a medula”, mas duvido que a medicina da época estivesse tão avançada para as pessoas comuns saberem o que é isso.
CASA DOS MISTÉRIOS era outra que não agradava mesmo. Alguns arcos eram até bastante interessantes, mas ao começo de outro, parecia que não havia ligação alguma com o anterior. E os autores da revistas mantiveram esse “estilo” até o fim. Tudo se conclui de modo que nem é preciso ter lido tudo pra entender. Vai saber o que se passava na cabeça do roteirista...
HOMEM DO ESPAÇO, outra história que decepcionou, ao menos para mim. Brian Azzarello é um escritor que sempre me decepciona. Como em quase todas as histórias dele que li, começa bem, e acaba sem graça. Tudo muito rápido. O mesmo acontece com JOE, O BÁRBARO, que nem é tão ruim assim, mas o final podia ter sido bem melhor. PUNK ROCK JESUS, apesar do final também tudo se resolvendo rápido, foi uma história bem melhor. Sua proposta polêmica, acabou sendo mais uma crítica às religiões como instituição corporativista do que realmente à fé das pessoas. Sean Murphy fez um ótimo primeiro trabalho como autor.
Nas primeiras edições, as mini séries pareciam prometer mais. Se A TESSALÍADA foi apenas mais um caça-níquel dos fãs de Sandman, foi divertidinha. LUGAR NENHUM teve melhor sorte. Não que fosse um primor. Em vários momentos o ritmo caia bastante, como se Mike Carey não soubesse como desvincular a história de sua obra original (era uma adaptação do livro de Neil Gaiman, que por sua vez, adaptava o seriado de TV criado por ele), por outro lado, não foi pretensiosa, e garantia uma boa leitura.
Não posso esquecer de mencionar VAMPIRO AMERICANO, uma boa criação de Scott Snyder com Stephen king (que colaborou escrevendo o primeiro arco), junto do excelente desenhista brasileiro Rafael Albuquerque. Tirando uma ou outra história, a maioria dos arcos apresentavam uma visão bastante original da já manjada trama de vampiros que vivem à margem da sociedade, sendo perseguidos por caçadores. Alguns personagens criados nessa série conquistam o leitor de imediato. A série continuará sendo publicada em encadernados de luxo.
Mas, apesar de estar sendo cancelada, a revista Vertigo não trás consigo uma sensação de vazio, de um novo fim de publicação, de “mudanças radicais”, como em épocas e editoras diferentes. Ao contrário, é como um recomeço. Sei que, apesar de não mais visitar a banca de jornais mensalmente para comprar a revista, vou continuar comprando alguns títulos do selo em encadernados. Dá uma sensação de continuidade, apenas em um formato diferente.
Adeus, revista Vertigo! Vida longa ao selo Vertigo!

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