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sexta-feira, 19 de setembro de 2014

HELLBLAZER INFERNAL - HÁBITOS PERIGOSOS


Um homem descobre que está com câncer terminal no pulmão. Mas decideo que não vai se entregar tão facilmente. Não, eu não estou falando do Wlater White, mas de John Constantine, o maior e mais famoso mago dos quadrinhos adultos, criado por Alan Moore em 1985, durante sua passagem pela revista do Monstro do Pântano. Em um encadernado que acaba de ser lançado pela Panini, ele enfrenta um mal que talvez nenhum de seus “poderes” e conhecimento de magia poderão ajudar a vencer.
Publicado Nos EUA em 1991 na revista mensal do mago, HELLBLAZER, a saga começa quando John descobre que está com câncer terminal, devido ao uso abusivo de cigarro. Quem conhece o personagem sabe que um dos seus charmes é justamente esse vício. O cigarro dá ao personagem um ar de malandro, que só ajuda a acentuar sua canalhice. Assim, Garth Ennis, na época estreante no mercado americano, teve a brilhante ideia de começar sua fase na revista com a descoberta de que o protagonista está às portas da morte devido à isso. “O que eu poderia fazer com ele que ainda não havia sido feito? Matá-lo, talvez.”, diria o autor mais tarde.
Quem conhece o trabalho atual de Ennis pode achar bem estranho este arco inicial de Hallblazer, pois o humor negro e violência “tarantinesca” que se tornou marca registrada dele não se encontra nesta HQ. Talvez por ainda estar amadurecendo como escritor, por Constantine ser um personagem mais sério, ou devido a temática da trama, o humor não se encontra. De certo modo, ainda bem, pois um pouco do humor dele hoje em dia é muito exagerado. A seriedade em Hellblazer faz parte da essência da revista, mesmo que alguns poucos momentos sejam leves, devido ao humor do próprio Constantine.
A primeira parte da história é a mais verborrágica. Praticamente toda contada a través de recordatórios, começa com John em um café, pensando sobre a vida, e os acontecimentos após a descoberta da doença, e os estágios pelos quais a pessoa passa nessa situação. Poucos diálogos, mas sem deixar a história chata. Um recurso pra aproximar o leitor do drama que deve ser a situação de se descobrir com câncer.
A partir da segunda parte, a história já ganha mais movimento, com John primeiramente procurando um velho amigo também mago, com a intenção de encontrar uma cura mágica. O amigo, Brendan Finn, também está morrendo, e cabe a John salvar sua alma do Diabo, que vai em pessoa recolhe-la. A forma como John ludibria o tinhoso é digna dos melhores momentos deste personagem tão sacana, e faz com o Demônio (mais tarde chamado de “Primeiro dos Caídos”) passe a perseguir Constantine durante toda a passagem de Ennis pela revista (que durou mais de 40 edições, entre 1991 até 1993, quando Ennis passou a escrever sua obra prima, PREACHER).
Nas histórias seguintes da saga, John se despede dos familiares, até que uma inusitada ideia lhe surge à mente: vender a alma para três demônios, em seguida, tentar o suicídio. Como isso poderá ajudá-lo a vencer o câncer? Melhor deixar o leitor ler, pois é um planos mais geniais que já vi em histórias de terror. E ainda há espaço para o drama, na forma de um novo amigo que John faz, um idoso interno do hospital, também com câncer terminal.
Considerada como uma das melhores histórias do personagem (se não for A melhor), este arco serviu até mesmo de inspiração para o filme do personagem, de 2005, com Keanu Reeves. Apesar de pouco fiel às hq’s, o fato de John estar com câncer serviu de base do roteiro, assim como a participação do anjo Gabriel na trama. E não duvido nada se esta saga servir de trama para o vindouro seriado Constantine (Com o câncer durando toda uma temporada, talvez?).
A revista possui apenas um defeito: os desenhos. O traço de Will Simpson são um tanto feios, com uma falta de coerências nas feições de todos os personagens durante toda a história, mas pelo menos o desenhista domina o ritmo narrativo, e a leitura é ótima assim mesmo. A mudança de arte finalista em cada edição também contribui para a essa inconstância das feições dos personagens.
Após a conclusão da fase inicial do personagem, em “Hellblazer Origens”, a fase seguinte começa com o título “Hellblazer Infernal”, e, para o leitor que ainda não teve o prazer de ler a fase Garth Ennis, é uma das melhores do personagem. Ennis escreveu um Constantine mais humano, no sentido de ser mais próximo de uma pessoa real. Um cara comum que só quer beber com os amigos, e que sabe que seu principal poder mágico é a esperteza. Claro que, sem deixar de lado os monstros e demônios do dia a dia dele.
A edição inicial tem 212 páginas, possui 8 histórias da saga “Hábitos perigosos” e seu epílogo, e já está nas bancas. Essas histórias já haviam sido lançadas no Brasil, primeiramente pela editora Abril, em 1995, nos primeiros números da revista VERTIGO. Anos depois, a Pixel publicou Hábitos Perigosos como encadernado, mas sem o epílogo. Agora, teremos a história completa, além da promessa da Panini de publicar toda a fase Ennis. Acredito que, se o leitor nunca leu nada do personagem, pode acontecer o mesmo que aconteceu comigo quando li a edição da editora Abril: ficar fã do personagem, e começar a colecioná-lo. Garanto que você não vai se decepcionar.



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